domingo, 19 de dezembro de 2010

Brincando com palavras

Coincidemente, o título dessa matéria é o mesmo da seção do nosso blog. Foi garimpada pela minha amiga Daisy.


Brincando com palavras


A ideia de que a poesia está longe da compreensão da criança está cada vez mais enfraquecida. O jogo de palavras, que compõe o lúdico e sensível universo infantil, não carece de explicações ou significados precisos. Rimas, trocadilhos, adivinhas, música, entre outras peças dessa “brincadeira”, são facilmente compreendidas no faz de conta infantil. Quando mães e pais embalam seus filhos ao som de antigas cantigas de ninar, já os estão colocando em contato com a poesia oral. Como disse o poeta José Paulo Paes, “poesia é brincar com as palavras como se brinca com bola, papagaio e pião”.

E, quanto mais cedo essa brincadeira começar, melhor. Para o professor Hélder Pinheiro, pós-doutorado em literatura brasileira e autor dos livros Poesia na sala de aula e Poemas para crianças, desde sempre a poesia oral esteve próxima da criança e não é à toa que todos gostam de rimas, de adivinhas (quase sempre em versos rimados), de parlendas, de jogos de palavras em que a aliteração e a assonância se destacam. “Todo esse material se constitui numa rica iniciação à poesia. Cultivar isso é fundamental se quisermos formar leitores de poesia”, explica.

Quando a criança aprende a falar com desenvoltura, já revela certa acuidade pela sonoridade das palavras. “Inúmeras vezes, brinquei com crianças pequenas com dísticos do tipo: ‘Não me olhe de lado/ que não sou soldado’, ‘não me olhe de frente/ que não sou tenente’. Quando parava, elas pediam que continuasse. O importante é não ficar só nos jogos de rimas, nos trocadilhos. Ir além – oferecer poemas inteiros, quadras, sextilhas e outras estrofes. E não interromper esse cardápio poético. Depois – ou ao mesmo tempo – trazer os livros de poemas e ler.”

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