quinta-feira, 25 de novembro de 2010

De olho nos livros

Recomendado pela revista Nova Escola, o livro apresenta uma proposta  instigante e inovadora sobre a Educação Física.
Vejam um trecho dele
"A Educação Física precisa entrar em crise urgentemente. Precisa questionar criticamente seus valores. Precisa ser capaz de justificar-se a si mesma. Precisa procurar a sua identidade. É preciso que seus profissionais distingam o educativo do alienante, o fundamental do supérfluo de suas tarefas. É preciso, sobretudo, discordar mais, dentro, é claro, das regras construtivas do diálogo. O progresso, o desenvolvimento, o crescimento advirão muito mais de um elemento diversificado das possibilidades da Educação Física do que através de certezas monolíticas que na verdade não passam, às vezes,  de superficiais opiniões ou hipóteses."

Fonte:Nova Escola. outubro 2010






.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Cantinho da Língua Portuguesa

O idioma e a música



A revista Língua Portugesa traz em sua edição de novembro deste ano uma  notícia alvissareira: a criação de  Oficinas Musicais de Língua Portuguesa, promovidas pela revista. O objetivo é tornar o aprendizado do idioma uma experiência interativa, divertida e instigante para crianças e adolescentes.  A metodologia utiliza palestras em bibliotecas públicas da capital paulista, quando são tratadas questões importantes da língua por meio de canções, executadas por um músico e comentadas em seguida por um professor de português.
O trabalho contempla  a diversidade de  gêneros musicais do rap ao samba, passando pela MPB e pelo rock nacional. Com isso, a aprendizagem do idioma se faz por meio de uma linguagem mais informal e cotidiana, já uilizadas em músicas que tocam no rádio e na internet e que fazem parte do repertório dos alunos.
A aceitação foi tamanha que o projeto das Oficinas Musicais pretende atingir outras bibliotecas em 2011. É uma brilhante iniciativa essa de aliar a música ao idioma e que pode ser utilizada em sala de aula com muito mais frequência do que se tem notícia.  Eis uma excelente ferramenta para nossos professores em todo o país. Parabéns à revisa Língua Portuguesa  pela divulgação desse excelente Projeto.
Pra conhecer a programação do mês, basta acessar http://www.revistalingua.com.br/

Fonte: Língua Portuguesa.Novembro de 2010. p. 8.

sábado, 13 de novembro de 2010

Biblioteca Demonstrativa de Brasília - BDB - homenageia escritores da Casa de Autores com Sarau em contos

A Biblioteca Demonstrativa de Brasília - BDB, em sua 8ª edição do Sarau em contos, homenageou os escritores da Casa de Autores no dia 03 de novembro.


Noradi abre o Sarau

Presente, público interessado em literatura.
As contadoras de histórias  mergulharam nas águas do "São Chiquinho ou O Rio Quando Menino", de João Bosco.


Simone e Míriam  do Grupo Tagarelas fizeram, nos intervalos, jograis misturando todos os livros dos escritores. Um trabalho muito criativo, divertido e interessante.


O Grupo Virtu deu um show com as dramatizações musicadas dos livros “Era uma vez uma maria farinha”, do escritor João Bosco,

e “O paradeiro do padeiro", de Marco Miranda


Cada escritor apresentou um dos colegas, lendo ou dramatizando um livro. Os esritores que não pudeream comparecer também foram homenageados.
  
Uma belíssima homenagem foi feita à escritora e presidente do Instituto Casa de Autores, Íris Borges, contando a trajetória de sua vida desde a vinda para Brasília até a fundação da Casa de Autores, passando pela experiência de, agora, ser também escritora.





A apresentação dos escritores sobre os colegas terminou com a nossa colega, Maria Célia Madureira, uma das famosas "ratinhas", que emocionou-nos a todos, com os belíssimos poemas do nosso colega Wilson Pereira.











Foi, sem dúvida, uma noite maravilhosa, em que pudemos conhecer, de perto,  algumas obras de nossos colegas da Casa de Autores. Ao final, bolo para fechar a comemoração.
Agradecemos sinceramente à BDB, parceira da Casa de Autores, especialmente à Noradi e a nossa colega escritora Clara Rosa,  pela dedicação e empenho para fazer acontecer essa noite memorável,  pela linda homenagem e pelo carinho demonstrado.









 

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Íris Borges (Casa de Autores) recebe Denize Bianchi

A Casa de Autores, representada  pela sua organizadora, a escritora Íris Borges, recepcionou  Denize Bianchi, livreira, organizadora de eventos culturais e proprietária da Casa de Livros em São Paulo. A conversa girava em torno de livros, autores, editores, livreiros, distibuidores, enfim sobre o universo dos livros.
Foi um encontro legal que ocorreu na Creperia Mariposa, num ambiente temático e muito aconchegante.

Presentes vários escritores: Alessandra Roscoe, Alexandre Lobão, Álvaro Modernell,  Clara Rosa, Elba Gomes, Edna Rezende, João Bosco, Lucília Garcez, Raquel gonçalves, Solange Cianni e Vera Lúcia Dias,
que tiveram oportunidade de trocar ideias com a convidada.





Esses encontros são muito interessantes porque possibilitam uma maior integração entre os escritores, membros da Casa.

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 



Lucília foi a mais fotografada. Estava muito feliz. E tinha motivos para isso!!!








Também presentes os divulgadores da Distribuidora Arco Íris e Dina, Secretária da Casa de Autores.


.


Foi realmente uma noite agradável , com bate-papo, crepes variados e coquetéis coloridos













Valeu pelo encontro, pelas companhias e pelas boas conversas.


Até o próximo encontro!




 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 














segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Carta ao sr. Ministro da Educação (sobre o ENEM)


São Paulo, 07 de novembro de 2010.

Excelentíssimo Senhor Ministro Fernando Haddad

Queremos acreditar no ENEM! Queremos ajudar a modificar o sistema de ingresso para as Universidades. Queremos permitir e auxiliar os estudantes menos favorecidos a conquistarem condições semelhantes aos mais favorecidos para ampliação de seu tempo escolar e qualificação de seus conhecimentos, e ainda, consequentemente, terem melhor preparo para o mundo do trabalho. Queremos muito, excelentíssimo ministro, fazer com que os estudantes das escolas de classes A e B confiem e vejam o ENEM também como possibilidades de um currículo ampliado e transformação social a partir da tão espera e sonhada qualidade da/na educação brasileira.
Sou Marisa Ester Aldecôa Rosseto, mãe de 3 filhos, dois universitários e um cursando a 2ª série do Ensino Médio, educadora há mais de 25 anos, desses mais de dez no Ensino Médio e mestranda em Gestões Políticas da Educação.
Como Assessora Psicopedagógica do Colégio Marista Arquidiocesano de São Paulo, mãe e pesquisadora, tenho visto, vivido e sentido o quanto as escolas em geral, tanto as pequenas, como as médias e até as redes de escolas tem se mobilizado para, além de preparem cada vez melhor seus alunos para o ENEM (a partir de discussões sobre um currículo diferenciado, planos de ações voltados ao estilo de prova do ENEM, buscado especialistas da área para qualificarem as reuniões pedagógicas e a formação dos professores em serviço), darem saltos quantitativos e qualitativos em seus resultados gerais, pois após o início da divulgação dos resultados de tal exame pelo INEP e os diversos tipos e estilos de rankeamento apresentado pelas mídias, estes se tornaram critérios de avaliação e seleção das escolas pela comunidade em geral. E, não faço aqui nenhuma crítica a essa divulgação, pois vejo tal procedimento como uma das boas ações de sua gestão.
O que não podemos permitir é novamente sair nas capas dos jornais problemas de várias ordens: técnica; organizacional; estrutural e até conceitual, segundo breves análises de professores, ocorrerem em um exame de tamanha dimensão, reputação e novas possibilidades para todos, como demanda e promessa da política atual.
Excelentíssimo senhor ministro, não falo, egoistamente, apenas do lugar de uma mãe, pois meu filho mais novo que está participando do ENEM/2010, se não conseguir que computem seus acertos das questões invertidas no cartão, embora tenha seguido as orientações do aplicador da prova, mas não sabemos bem qual será o critério adotado, ele é apenas um treineiro este ano...mas, o que falarei para meus alunos que não queriam fazer o ENEM, pois alguns estavam mais focados na FUVEST e UNICAMP e outros descrentes pelos desencontros já ocorridos? Mas nós, mais uma vez, tentamos motivá-los a fazer o tão importante Exame Nacional do Ensino Médio! Será que terei que pedir desculpas por todas nossas ações e trabalho em motivá-los e prepará-los também para esse exame?
Apenas como sugestão, de alguém que vive, respira e acredita na educação como a melhor forma de transformação da sociedade, não permita que forças maiores eliminem essa iniciativa de um Exame Unificado como bons exemplos em outros países por erros grotescos. Busquem as instituições e especialistas mais experientes do nosso Brasil. Por favor, controlem, fiscalizem, acompanhem todo processo do ENEM!

Atenciosamente,

Marisa Ester Aldecôa Rosseto

sábado, 6 de novembro de 2010

"Tem rebuliço no Pantanal" e "Cadê a meia?" participam do Dia do do Amigo no Leonardo da Vinci






Sábado chuvoso de um 06 de novembro. Saio com “Tem rebuliço no Pantanal” e com “Cadê a meia?” , ambos ilustrados por Luciene GGomes, que também ajudou a escrever o primeiro livro. Fui, então, participar do Dia do Amigo no Leonardo da Vinci, da Asa Norte.

Apesar da chuva, os pais compareceram com seus filhos e os filhos do vizinho, pois o convite era para os alunos vivenciarem momentos lúdicos, juntamente com um amigo.
Dentre as muitas atividades propostas, uma delas era o encontro na sala de leitura.
 E lá fui eu à contação de histórias.
 As turmas de 4º e 5º anos ouviram coisas sobre o Pantanal e fizeram uma encenação sobre turistas que sujaram o Pantanal e sobre as pessoas que retiraram o lixo e fizeram uma coleta seletiva.


 Muito bom ver as crianças vivenciando esses momentos de conscientização da cidadania.











Com os baixinhos de 1º e 2º anos, entramos no reino encantado da fantasia, à procura de uma meia que se perdeu do seu par.







Gratificante mesmo é perceber o interesse, a atenção das crianças e interagir com elas. Uma das atrações foi a concha que revelou à outra meia onde estava o seu par. Todos queriam ouvir o barulhinho do mar.

Mais uma vez, a Casa de Autores integra-se às atividades culturais das escolas de Brasília. Como membro da Casa de Autores, fiquei muito feliz por ter sido convidada para participar dessa iniciativa e por ter a oportunidade de contar histórias de dois dos livros que escrevemos (eu e Luciene GGomes).  Parabéns às professoras, às organizadoras, aos pais, aos alunos, aos convidados e a todos que concorreram para que esse evento se realizasse.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Quem paga a música escolhe a dança? - Marisa Lajolo

Foi-me enviado por Anna Cristina


        “Caçadas de Pedrinho”, de Monteiro Lobato, está em pauta e é bom que esteja, pois é um livro maravilhoso. Narra as aventuras da turma do sítio de Dona Benta primeiro às voltas com a bicharada da floresta próxima e, depois, com uma comissão do governo encarregada de caçar um rinoceronte fugido de um circo. Nos dois episódios prevalecem o respeito ao leitor, a visão crítica da realidade, o humor fino e inteligente.
          Na primeira narrativa, a da caçada da onça, as armas das crianças são improvisadas e na hora agá não funcionam. É apenas graças à esperteza e inventividade dos meninos que eles conseguem matar a onça e arrastá-la até a casa do sítio. A morte da onça provoca revolta nos bichos da floresta e eles planejam vingança numa assembléia muito divertida: felinos ferozes invadem o sítio e – de novo - é apenas graças à inventividade e esperteza das crianças (particularmente de Emília) que as pessoas escapam de virar comida de onça.
            Na segunda narrativa, a fuga de um rinoceronte de um circo e seu refúgio no sítio de Dona Benta leva para lá a Comissão que o governo encarregou de lidar com a questão. Os moradores do sítio desmascaram a corrupção e o corpo mole da comissão, aliam-se ao animal cioso da liberdade conquistada e espantam seus proprietários. E, batizado Quindim, o rinoceronte fica para sempre incorporado às aventuras dos picapauzinhos.
             Estas histórias constituem o enredo do livro que parecer recente do Conselho Nacional de Educação (CNE), a partir de denúncia recebida, quer proibir de integrar acervos com os quais programas governamentais compram livros para bibliotecas escolares. O CNE acredita que o livro veicula conteúdo racista e preconceituoso e que os professores não têm competência para lidar com tais questões. Os argumentos que fundamentam as acusações de racismo e preconceito são expressões pelas quais Tia Nastácia é referida no livro, bem como a menção à África como lugar de origem de animais ferozes.
Sabe-se hoje que diferentes leitores interpretam um mesmo texto de maneiras diferentes. Uns podem morrer de medo de uma cena que outros acham engraçada. Alguns podem sentir-se profundamente tocados por passagens que deixam outros impassíveis. Para ficar num exemplo brasileiro já clássico, uns acham que Capitu (D. Casmurro, Machado de Assis, 1900) traiu mesmo o marido, e outros acham que não traiu, que o adultério foi fruto da mente de Bentinho. Outros ainda acham que Bentinho é que namorou Escobar...!
               É um grande avanço nos estudos literários esta noção mais aberta do que se passa na cabeça do leitor quando seus olhos estão num livro. Ela se fundamenta no pressuposto segundo o qual, dependendo da vida que teve e que tem, daquilo em que acredita ou desacredita, da situação na qual lê o que lê, cada um entende uma história de um jeito. Mas essa liberdade do leitor vive sofrendo atropelamentos. De vez em quando, educadores de todas as instâncias – da sala de aula ao Ministério de Educação- manifestam desconfiança da capacidade de os leitores se posicionarem de forma correta face ao que lêem.
               Infelizmente, estamos vivendo um desses momentos.
               Como os antigos diziam que quem paga a música escolhe a dança, talvez se acredite hoje ser correto que quem paga o livro escolha a leitura que dele se vai fazer. A situação atual tem sua (triste) caricatura no lobo de Chapeuzinho Vermelho que não é mais abatido pelos caçadores, e pela dona Chica-ca que não mais atira um pau no gato-to. Muda-se o final da história e re-escreve-se a letra da música porque se acredita que leitores e ouvintes sairão dos livros e das canções abatendo lobos e caindo de pau em bichanos. Trata-se de uma idéia pobre, precária e incorreta que além de considerar as crianças como tontas, desconsidera a função simbólica da cultura. Para ficar em um exemplo clássico, a psicanálise e os estudos literários ensinam que a madrasta malvada de contos de fada não desenvolve hostilidade conta a nova mulher do papai, mas – ao contrário- pode ajudar a criança a não se sentir muito culpada nos momentos em que odeia a mamãe, verdadeira ou adotiva...
               Não deixa de ser curioso notar que esta pasteurização pretendida para os livros infantis e juvenis coincide com o lamento geral – de novo, da sala de aula ao Ministério da Educação— pela precariedade da leitura praticada na sociedade brasileira. Mas, como quem tem caneta de assinar cheques e de encaminhar leis tem o poder de veto, ao invés de refletir e discutir, a autoridade veta. E veta porque, no melhor dos casos e muitas vezes com a melhor das intenções, estende suas reações a certos livros a um numeroso e anônimo universo de leitores...
              No caso deste veto a “Caçadas de Pedrinho”, Conselheira Relatora Nilma Lino Gomes acolhe denúncia de Antonio Gomes da Costa Neto que entende como manifestação de preconceito e intolerância de maneira mais específica a personagem feminina e negra Tia Anastácia e as referências aos personagens animais tais como urubu, macaco e feras africanas; (...) aponta menção revestida de estereotipia ao negro e ao universo africano , que se repete em vários trechos do livro analisado e exige da editora responsável pela publicação a inserção no texto de apresentação de uma nota explicativa e de esclarecimentos ao leitor sobre os estudos atuais e críticos que discutam a presença de estereótipos na literatura.
Independentemente do imenso equívoco em que, de meu ponto de vista, incorrem o denunciante e o CNE que aprova por unanimidade o parecer da relatora, o episódio torna-se assustador pelo que endossa, anuncia e recomenda de patrulhamento da leitura na escola brasileira. A nota exigida transforma livros em produtos de botica, que devem circular acompanhados de bula com instruções de uso.
              O que a nota exigida deve explicar? O que significa esclarecer ao leitor sobre os estudos atuais e críticos que discutam a presença de estereótipos na literatura? A quem deve a editora encomendar a nota explicativa ? Qual seria o conteúdo da nota solicitad? A nota deve fazer uma auto-crítica (autoral, editorial?), assumindo que o livro contém estereótipos? A nota deve informar ao leitor que “Caçadas de Pedrinho” é um livro racista? Quem decidirá se a nota explicativa cumpre efetivamente o esclarecimento exigido pelo MEC?
              As questões poderiam se multiplicar. Mas não vale a pena. O panorama que a multiplicação das questões delineia é por demais sinistro. Como fecho destas melancólicas maltraçadas aponte-se que qualquer nota no sentido solicitado – independente da denominação que venha a receber, do estilo em que seja redigida, e da autoria que assumir - será um desastre. Dará sinal verde para uma literatura autoritariamente auto-amordaçada. E este modelito da mordaça de agora talvez seja mais pernicioso do que a ostensiva queima de livros em praça pública, número medonho mas que de vez em quando entra em cartaz na história desta nossa Pátria amada idolatrada salve salve. E salve-se quem puder... pois desta vez a censura não quer determinar apenas o que se pode ou não se pode ler, mas é mais sutil, determinando como se deve ler o que se lê!

Marisa Lajolo - Profª Titular (aposentada) da UNICAMP. Profª da Universidade Presbiteriana Mackenzie. Pesquisadora Senior do CNPq. Organizadora, com João Luís Ceccantini do livro de Monteiro Lobato livro a livro (obra infantil), obra que recebeu o Prêmio Jabuti 2010 como melhor livro de não ficção.