domingo, 30 de janeiro de 2011

Evento: 30 de janeiro - Dia Nacional dos Quadrinhos


 Dedicar um dia aos quadrinhos pode ser uma forma de reconhecer a importância deles na formação de gerações de brasileiros e de pessoas em várias partes do mundo.


As histórias em quadrinhos têm contribuído enormemente para a formação de leitores, principalmente nas séries do ensino fundamental. Elas evitam a linearidade da leitura e favorecem a elaboração do processo em que o leitor é obrigado a conjugar diversas linguagens para construir novos significados.Sabe-se que a primeira revista a publicar histórias em quadrinhos no Brasil foi O Tico-Tico. Sua primeira edição saiu em outubro de 1905. Alguns dos personagens mais populares eram Chiquinho (uma cópia não-autorizada de Buster Brown) e o trio: Reco-Reco, Bolão e Azeitona, criação de Luiz Sá. Depois surgiram outros heróis nacionais e estrangeiros que alimentaram os sonhos de aventuras de muita gente.

A ação narrativa das histórias em quadrinhos seduz a criança e transporta-a para situações cotidianas de forma lúdica e prazerosa. A histórias contadas sob a forma de quadrinhos constituem-se excelentes ferramentas de incentivo á leitura e podem ser aproveitadas em todas as disciplinas, especialmente em Língua Portuguesa e em Arte.

A leitura dessas histórias possibilita, ainda, a exploração de habilidades de leitura importantíssimas para compreensão do mundo imagético em que vivemos. È nelas que podem ser explorados, por exemplo, recursos expressivos da língua, efeito de sentido da pontuação e das notações, efeitos de sentido de humor e de ironia, a análise da linguagem gestual de seus personagens, a inferência de sentido da própria narrativa.

As histórias em quadrinhos merecem, pois, o mesmo lugar de destaque nas prateleiras das estantes de livros da escola e, mais ainda, merecem ser apresentada aos leitores como um presente valioso, capaz de levá-los ao país do imaginário e do concreto.








quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Um novo blog: "Margens da Cultura"

Eis o blog "Margens da Cultura". O Conteúdo a seguir, dispensa apresentações:


Este blog nasceu em um curso de formação continuada para mediadores de leitura promovido pelo PROLER – programa de leitura da Fundação Biblioteca Nacional – denominado “Formar leitores para formar cidadãos” e realizado na Biblioteca Demonstrativa de Brasília no segundo semestre de 2010. A finalidade deste blog é ser um espaço tanto de debate dos problemas culturais de Brasília – e de todo Distrito Federal – quanto de divulgação de práticas e eventos culturais nem sempre contemplados pela grande imprensa. Para isso, distribuímos o seu conteúdo nas seguintes seções:

Vem pra cá!
Divulgação de espaços e eventos culturais em Brasília e região

Meninos, eu vi!
Visitas a lugares e eventos culturais em andamento no Distrito Federal e relatos e comentários sobre os mais antigos

Pense nisso!
Reflexões sobre práticas culturais e seus efeitos na vida cotidiana dos cidadãos

Boa leitura!
Apresentação de bons textos e bons livros com o objetivo de auxiliar na formação de leitores
Tradição popular
Registro e comentários sobre práticas culturais dos povos e sobre sabedoria popular

Rir é um santo remédio!
Anedotas tradicionais e causos engraçados do cotidiano

Artes e afins
Informações e comentários sobre as artes em geral e seus espaços de produção e divulgação no Distrito Federal

A intenção deste blog é ser um espaço de debate e divulgação cultural feito por e para o cidadão do Distrito Federal. Por isso, a nossa existência depende de seu apoio. Colabore conosco enviando textos, fotografias, relatos, anedotas, resenhas, comentários e sugestões para margensdacultura@gmail.com

Ajude-nos a divulgar este blog.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Curso: "Formar Leitores para Formar Cidadãos"



Carta aberta à população do Distrito Federal


Os alunos e a professora do “Formar Leitores para Formar Cidadãos” – curso de formação continuada de mediadores de leitura do Programa Nacional de Incentivo à Leitura (PROLER), realizado entre os meses de outubro e dezembro de 2010 na Biblioteca Demonstrativa de Brasília, BDB –, diante do quadro progressivo de fragilidade das instituições culturais, em especial das bibliotecas públicas do Distrito Federal, da falta de integração das áreas de educação e cultura do Governo e da pequena ou quase nula melhora nos índices internacionais de leitura no Brasil e no DF, vêm a público para solicitar mudanças substantivas na estruturação do sistema local de bibliotecas públicas e que seja dada uma maior – e melhor – atenção à política da formação de leitores e de mediadores culturais.

 Como fica evidente para aqueles que freqüentam ou trabalham em bibliotecas públicas no DF, o atual sistema carece de ordenamento jurídico, político e administrativo que permita agregar todas as unidades culturais do governo intituladas de bibliotecas sob a coordenação de órgão específico e especializado na estrutura da Secretaria de Cultura. Na prática, inexiste uma rede consolidada de bibliotecas públicas no Distrito Federal, tornando-se imperativo a criação imediata de rede baseada em experiências de sucesso, porém adaptadas às especificidades locais.

Além da organização de tal rede, sugerimos:

- que os projetos de políticas públicas voltados para o setor formalizem e estimulem a integração entre as diversas áreas do Governo do Distrito Federal, em especial das secretarias de Educação e Cultura;

- que, entre os desafios a serem enfrentados, seja prioritária a atenção continuada à formação e valorização dos profissionais voltados para a formação de leitores e à oferta de produtos e serviços com qualidade em que esteja patente a diversidade da cultura – com destaque para a cultura erudita e para a genuína cultura popular;

- que sejam dados incentivos aos profissionais e voluntários de programas de mediação de leitura já consolidados e de comprovada eficácia como a Mala do Livro, através da criação do Passe Cultural – a ser usado no transporte e no ingresso de espetáculos e exposições – de prêmios e de bolsas de estudo para a formação continuada desses profissionais e voluntários, a fim de promover a qualificação e a valorização dos mesmos;

- que se considere a condição particular do Distrito Federal frente às demais unidades da Federação – nem estado nem município – como receptor de políticas públicas federais de cultura, a fim de que o território onde se encontra a Capital do país também tenha acesso às políticas e iniciativas federais no que diz respeito à valorização da cultura e da cidadania;

- finalmente – de modo a articular a rede de bibliotecas proposta no início deste documento e a organizar a coordenação das ações antes descritas, bem como a proposição de outras –, que o Governo do Distrito Federal acione instituições e mecanismos oficiais para a criação do Plano Distrital do Livro e Leitura em consonância com o Plano Nacional do Livro e Leitura (PNLL).

Reiterando nosso compromisso com a formação de leitores e com nossa própria formação continuada como mediadores culturais e cidadãos atentos aos rumos da política em geral e da política cultural em particular, desejamos que o Governo do Distrito Federal, nos quatro anos de atuação iniciados em janeiro de 2011, possa dar continuidade aos programas bem sucedidos, corrigir os equívocos de décadas de ausência ou de má gestão do Setor e propor iniciativas para que a população do Distrito Federal dê um passo significativo na sua formação, a fim de que possamos ter leitores atentos e críticos e cidadãos responsáveis pela boa condução de nossa Capital e do País.

Brasília, dezembro de 2010.

Professora e participantes do curso “Formar leitores para formar cidadãos”.

(Participei do curso, que foi ministrado pela professora Eva Pereira, na Biblioteca Demonstrativa de Brasília.)

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

A magia da poesia


Almas Perfumadas


Tem gente que tem cheiro
de passarinho quando canta,
de sol quando acorda,
de flor quando ri.

Ao lado delas,
a gente se sente no balanço de uma rede
que dança gostoso numa tarde grande,
sem relógio e sem agenda.

Ao lado delas,
a gente se sente comendo pipoca na praça,
lambuzando o queixo de sorvete,
melando os dedos com algodão doce
da cor mais doce que tem pra escolher.
O tempo é outro.
E a vida fica com a cara que ela tem de verdade,
mas que a gente desaprende de ver.
Tem gente que tem cheiro
de colo de Deus,
de banho de mar
quando a água é quente e o céu é azul.
Ao lado delas,
a gente sabe que os anjos existem e que alguns são invisíveis.
Ao lado delas,
a gente se sente chegando em casa e trocando o salto pelo chinelo,
sonhando a maior tolice do mundo
com o gozo de quem não liga pra isso.

Ao lado delas,
pode ser abril,
mas parece manhã de Natal,
do tempo em que a gente acordava
e encontrava o presente do Papai Noel.

Tem gente que tem cheiro
das estrelas que Deus acendeu no céu
e daquelas que conseguimos acender na Terra.
Ao lado delas,
a gente não acha que o amor é possível,
a gente tem certeza.
Ao lado delas,
a gente se sente visitando um lugar feito de alegria,
recebendo um buquê de carinhos,
abraçando um filhote de urso panda,
tocando com os olhos os olhos da paz.

Ao lado delas,
saboreamos a delícia do toque suave
que sua presença sopra no nosso coração.

Tem gente que tem cheiro
de cafuné sem pressa,
do brinquedo que a gente não largava,
do acalanto que o silêncio canta,
de passeio no jardim.

Ao lado delas,
a gente percebe que a sensualidade
é um perfume que vem de dentro
e que a atração que realmente nos move
não passa só pelo corpo.
Corre em outras veias.
Pulsa em outro lugar.

Ao lado delas,
a gente lembra que no instante em que rimos
Deus está conosco, juntinho, ao nosso lado.
E a gente ri grande que nem menino arteiro.

Tem gente como você,
que nem percebe como tem a alma perfumada
e que esse perfume é dom de Deus.

Carlos Drummond de Andrade

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Dia do Leitor

              Nada melhor para começar o DIA DO LEITOR, do que ler algo que nos leve a pensar nas coisas simples que nos cercam e que podem nos ajudar a levar a vida com mais leveza, com mais prazer. È um exercício fantástico olhar a vida por um livro.
            Por isso, começo com Mário Quintana, essa fonte inesgotável de prazer intelectual. “O livro de Haicais” é uma viagem pelo simples, uma experiência próxima do haikai japonês. No livro, Quintana reafirma o traço coloquial de sua poesia que nos leva a um mergulho na simplicidade das coisas que, mesmo simples, se nos afiguram tão complexas e universais. É uma orquestração de vida, de cor, de beleza que denunciam toda a graça com que esse grande poeta construiu seus haicais.
            Mas, fiz mais ainda, revivi poemas de Cecília Meireles, de Cora Coralina, reli alguns depoimentos em " A paixão pelos livros", uma antologia de autores diversos, atemporais, que retratam "Uma história do mundo com livros e pelos livros."
           E acabei sonhando "acordada" com um Brasil de leitores, com um Brasil com fome de leitura, a tal ponto que LER tornou-se uma necessidade básica. Estamos no caminho, íngreme, devagar, mas com inúmeras possibilidades de concretização desse sonho.
          A todos os leitores de todos os recantos deste imenso país, e a todos que trabalham  com a leitura, um abraço de incentivo por partilharem conosco dessa indescritivel aventura pelo mundo dos livros!