sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Dia Nacional do Livro - 29 de outubro












“A vida está pulsando ali.
O livro faz parte da casa,
da comida, da experiência, da
maternidade, do cotidiano.”
Adélia Prado


Uma data sempre reverencia algo ou alguém, reaviva uma memória, alavanca uma ação, impulsiona um projeto, fixa raízes. É sempre interessante saber o porquê das datas. Por exemplo:
Você sabe por que comemoramos o Dia Nacional do Livro no dia 29 de outubro? Porque, em 1810, foi empreendida a primeira viagem com a Real Biblioteca Portuguesa, transferida, dessa forma, para o Brasil.
Quando se fala em livros e leitura no nosso país, há sempre a queixa generalizada de que o país lê pouco, de que não há bibliotecas, de que há um déficit de livros. A despeito disso, sabe-se que ações governamentais e de entidades não governamentais estão impulsionando a leitura nas escolas, especialmente as da educação infantil e básica, terrenos férteis para se lançar as sementes da leitura.
No entanto, apesar da riqueza cultural e dos esforços realizados, estatísticas mostram que, em algumas regiões do Brasil, a leitura ainda é considerada privilegio de poucos, como algo elitizado e de difícil acesso. Isso representa um quadro preocupante, tendo em vista que  a Literatura Infantil e a Infantojuvenil favorecem a apropriação da leitura por parte da criança que, partindo da própria realidade, passa pelo mundo da fantasia para construir e reconstruir ideias, sentidos e sentimentos já presentes neste nesse pequeno leitor.  
Para ilustrar o valor do LIVRO em qualquer idade, em qualquer cultura e sob qualquer forma, trago para vocês, leitores desta coluna, a sugestão de leitura de “A paixão pelos livros”
uma antologia de crônicas, contos e depoimentos de quem achou no livro seu paraíso particular e na leitura uma forma de abstrair-se das dores do mundo para nele encontrar algum sentido.
Desse livro, retiro um trecho da crônica Loucura Mansa, do escritor José Mindlin:
PARA MIM É DIFÍCIL FALAR SIMPLESMENTE de gosto pelos livros, porque em matéria de livros meu caso é muito mais grave: é um amor que vem desde a infância, que me tem acompanhado a vida inteira, e ainda acima disto, é incurável. Não se trata por isso de um interesse periférico, e o prazer que me tem proporcionado em todo este longo percurso faz com que tenha procurado, permanentemente, desejar que muito mais pessoas possam também desfrutá-lo. Daí eu aproveitar qualquer oportunidade que me surja (e esta espero que seja uma delas) para inocular o vírus do amor ao livro em todos os possíveis leitores que já não o tenham adquirido anteriormente.
O prazer que o livro pode trazer tem múltiplos aspectos. O primeiro, fundamental, que é óbvio, mas muita gente não se dá conta disso, é o da leitura, através da qual se estabelece um contato com o mundo exterior que abre, para o leitor, horizontes ilimitados. O livro informa, distrai, enriquece o espírito, põe a imaginação em movimento, provoca tanta reflexão como emoção, é, enfim, um grande companheiro. Companheiro ideal, aliás, pois está sempre à disposição, não cria problemas, não se ofende quando é esquecido, e se deixa retomar sem histórias,  a qualquer hora do dia ou da noite que o leitor deseja.”

Tudo isso nos leva a uma reflexão sobre a importância desse nosso maior bem cultural – LIVRO - e a considerar que todos os dias do ano deveriam ser “Dia do Livro””.
E, como disse Castro Alves,
“Oh! Bendito o que semeia
Livros, livros, à mancheia

E manda o povo pensar”

segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Professor

Professor




Em outubro, uma comemoração importante se impõe: “O dia do professor”. São muitos “parabéns”, muitas homenagens... Professora desde muito jovem, hoje fico a imaginar se uma criança sabe quem é e o que faz esse ser multifacetado chamado “professor”
Imaginemos o diálogo abaixo:

Quem é você?!
 - O que você faz?
 - Muitas coisas.
- O que, por exemplo?
- Sou ajudante de mãe.
- Mas eu nunca vi você lá em casa.
- É assim: quando você nasce, é só você e sua mãe. Depois de um tempo, eu apareço para ajudar a mamãe.
- Mas eu nunca vi você lá em casa. Onde você ficava?
- No seu primeiro dia de escola, eu estava lá.
- Mas, e o que você faz?
- Sabe a massinha com que você faz os bichinhos? Então, você pega a massinha, vai brincando com ela até ela virar o bichinho que você queria. Eu também faço a mesma coisa com você: brincamos, caminhamos juntas até você crescer.
- E só isso que você sabe fazer?
- Eu também canto, danço, corro, desenho, pinto, conto histórias,  ajudo você com os números;  andamos  de mãos dadas, cantamos, fazemos adivinhas, brincamos de trava-línguas e de parlenda; dou cambalhotas, viro palhaço, príncipe, princesa, rei, rainha, fada, bruxa, sapo encantado...  Uma hora sou médico, outra, enfermeira e, se precisar, sou até mãe e pai. Às vezes, sou avô, avó, tio e tia. E aprendo muito com você. Juntos, construímos o mundo.
- Nossa!  Você faz tudo isso? Qual é o seu nome?
- Professor!