“A vida está pulsando ali.
O livro faz parte da casa,
da comida, da experiência, da
maternidade, do cotidiano.”
Adélia
Prado
Uma data sempre reverencia algo ou alguém,
reaviva uma memória, alavanca uma ação, impulsiona um projeto, fixa raízes. É
sempre interessante saber o porquê das datas. Por exemplo:
Você sabe
por que comemoramos o Dia Nacional do
Livro no dia 29 de outubro? Porque, em 1810, foi empreendida a primeira viagem
com a Real Biblioteca Portuguesa, transferida, dessa forma, para o Brasil.
Quando se fala
em livros e leitura no nosso país, há sempre a queixa generalizada de que o
país lê pouco, de que não há bibliotecas, de que há um déficit de livros. A
despeito disso, sabe-se que ações governamentais e de entidades não
governamentais estão impulsionando a leitura nas escolas, especialmente as da
educação infantil e básica, terrenos férteis para se lançar as sementes da
leitura.
No entanto, apesar da
riqueza cultural e dos esforços realizados, estatísticas mostram que, em algumas
regiões do Brasil, a leitura ainda é considerada privilegio de poucos, como
algo elitizado e de difícil acesso. Isso representa um quadro preocupante, tendo
em vista que a Literatura Infantil e a Infantojuvenil
favorecem a apropriação da leitura por parte da criança que, partindo da
própria realidade, passa pelo mundo da fantasia para construir e reconstruir
ideias, sentidos e sentimentos já presentes neste nesse pequeno leitor.
Para ilustrar o valor do LIVRO em qualquer idade, em qualquer
cultura e sob qualquer forma, trago para vocês, leitores desta coluna, a
sugestão de leitura de “A paixão pelos
livros”,
Desse
livro, retiro um trecho da crônica Loucura
Mansa, do escritor José Mindlin:
“PARA MIM É DIFÍCIL FALAR SIMPLESMENTE de gosto pelos livros, porque em matéria de livros meu caso é
muito mais grave: é um amor que vem desde a infância, que me tem acompanhado a
vida inteira, e ainda acima disto, é incurável. Não se trata por isso de um
interesse periférico, e o prazer que me tem proporcionado em todo este longo
percurso faz com que tenha procurado, permanentemente, desejar que muito mais
pessoas possam também desfrutá-lo. Daí eu aproveitar qualquer oportunidade que
me surja (e esta espero que seja uma delas) para inocular o vírus do amor ao
livro em todos os possíveis leitores que já não o tenham adquirido
anteriormente.
O prazer que o
livro pode trazer tem múltiplos aspectos. O primeiro, fundamental, que é óbvio,
mas muita gente não se dá conta disso, é o da leitura, através da qual se estabelece
um contato com o mundo exterior que abre, para o leitor, horizontes ilimitados.
O livro informa, distrai, enriquece o espírito, põe a imaginação em movimento, provoca
tanta reflexão como emoção, é, enfim, um grande companheiro. Companheiro ideal,
aliás, pois está sempre à disposição, não cria problemas, não se ofende quando
é esquecido, e se deixa retomar sem histórias, a qualquer hora do dia ou da noite que o
leitor deseja.”
Tudo
isso nos leva a uma reflexão sobre a importância desse nosso maior bem cultural
– LIVRO - e a considerar que todos os dias do ano deveriam ser “Dia do Livro””.
E, como
disse Castro Alves,
“Oh!
Bendito o que semeia
Livros,
livros, à mancheia
E
manda o povo pensar”