Por Elba Gomes
Dedicar um dia aos quadrinhos pode ser uma forma de reconhecer a importância deles na formação de gerações de brasileiros e de pessoas em várias partes do mundo

No final da década de 1860, Angelo Agostini continuou a tradição de introduzir nas publicações jornalísticas e populares brasileiras, desenhos com temas de sátira política e social. Entre suas personagens populares, desenhadas como protagonistas de histórias em quadrinhos propriamente ditas, estavam o “Nhô Quim” (1869) e “Zé Caipora” (1883). Agostini publicou nas revistas Vida Fluminense, O Malho e Don Quixote.
Lançada em 11 de outubro de 1905, a revista O Tico-Tico é considerada a primeira revista em quadrinhos do país, concebida pelo desenhista Renato de Castro, tendo o projeto sido apresentado a Luiz Bartolomeu de Souza, proprietário da revista O Malho (onde Angelo Agostini trabalhou, após o encerramento de Don Quixote; após aprovada, a revista teve a participação de Angelo Agostini, que criou o logotipo e ilustrou algumas histórias da revista. O formato de O Tico Tico foi inspirado na revista infantil francesa La Semaine de Suzette; a personagem Suzette foi publicada na revista brasileira com o nome de Felismina; Bécassine, outra personagem da revista, foi chamada de Chiquita. Havia também o trio: Reco-Reco, Bolão e Azeitona, criação de Luiz Sá. Depois surgiram outros heróis nacionais e estrangeiros que alimentaram os sonhos de aventuras de muita gente.
Tico-Tico é considerada a primeira revista em quadrinhos no Brasil, e teve a colaboração de artistas de renome como J. Carlos (responsável pelas mudanças gráficas da revista em 1922), Max Yantok e Alfredo Storni.
Dada à profusão de autores e revistas em quadrinhos no Brasil, optamos por escolher apenas duas que fazem a festa da criançada: A turma da Mônica e todas as história em quadrinhos com seus personagens, de Maurício de Sousa e O menino Maluquinho, de Ziraldo.

Embora a maior parte das histórias girem em torno das aventuras de Mônica, Cebolinha e seus amigos do bairro do Limoeiro, o título se refere também aos demais personagens criados por Mauricio de Sousa, que são derivados de outras séries como o Chico Bento, a Tina, a Turma da Mata, o Penadinho, entre vários outros.
O Menino Maluquinho é indubitavelmente, o personagem mais emblemático do cartunista e escritor Ziraldo Alves Pinto, conhecido como Ziraldo. Em 1980, o cartunista lançou o livro O Menino Maluquinho, história de um menino que vive intensamente cada momento de sua infância, fazendo todas as traquinagens peculiares de toda criança. Posteriormente, o livro foi adaptado para os quadrinhos.
O Menino Maluquinho surgiu e ficou como uma das figuras mais importantes para a literatura brasileira, representando, de maneira genial, a criança brasileira em uma obra literária.
As histórias em quadrinhos têm contribuído enormemente para a formação de leitores, principalmente nas séries do ensino fundamental. Elas evitam a linearidade da leitura e favorecem a elaboração do processo em que o leitor é obrigado a conjugar diversas linguagens para construir novos significados.
A ação narrativa das histórias em quadrinhos seduz a criança e transporta-a para situações cotidianas de forma lúdica e prazerosa. A histórias contadas sob a forma de quadrinhos constituem-se excelentes ferramentas de incentivo á leitura e podem ser aproveitadas em todas as disciplinas, especialmente em Língua Portuguesa e em Arte.

As histórias em quadrinhos merecem, pois, o mesmo lugar de destaque nas prateleiras das estantes de livros da escola e, mais ainda, merecem ser apresentada aos leitores como um presente valioso, capaz de levá-los ao país do imaginário e do concreto.
Imagens: divulgação
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