segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Carta ao sr. Ministro da Educação (sobre o ENEM)


São Paulo, 07 de novembro de 2010.

Excelentíssimo Senhor Ministro Fernando Haddad

Queremos acreditar no ENEM! Queremos ajudar a modificar o sistema de ingresso para as Universidades. Queremos permitir e auxiliar os estudantes menos favorecidos a conquistarem condições semelhantes aos mais favorecidos para ampliação de seu tempo escolar e qualificação de seus conhecimentos, e ainda, consequentemente, terem melhor preparo para o mundo do trabalho. Queremos muito, excelentíssimo ministro, fazer com que os estudantes das escolas de classes A e B confiem e vejam o ENEM também como possibilidades de um currículo ampliado e transformação social a partir da tão espera e sonhada qualidade da/na educação brasileira.
Sou Marisa Ester Aldecôa Rosseto, mãe de 3 filhos, dois universitários e um cursando a 2ª série do Ensino Médio, educadora há mais de 25 anos, desses mais de dez no Ensino Médio e mestranda em Gestões Políticas da Educação.
Como Assessora Psicopedagógica do Colégio Marista Arquidiocesano de São Paulo, mãe e pesquisadora, tenho visto, vivido e sentido o quanto as escolas em geral, tanto as pequenas, como as médias e até as redes de escolas tem se mobilizado para, além de preparem cada vez melhor seus alunos para o ENEM (a partir de discussões sobre um currículo diferenciado, planos de ações voltados ao estilo de prova do ENEM, buscado especialistas da área para qualificarem as reuniões pedagógicas e a formação dos professores em serviço), darem saltos quantitativos e qualitativos em seus resultados gerais, pois após o início da divulgação dos resultados de tal exame pelo INEP e os diversos tipos e estilos de rankeamento apresentado pelas mídias, estes se tornaram critérios de avaliação e seleção das escolas pela comunidade em geral. E, não faço aqui nenhuma crítica a essa divulgação, pois vejo tal procedimento como uma das boas ações de sua gestão.
O que não podemos permitir é novamente sair nas capas dos jornais problemas de várias ordens: técnica; organizacional; estrutural e até conceitual, segundo breves análises de professores, ocorrerem em um exame de tamanha dimensão, reputação e novas possibilidades para todos, como demanda e promessa da política atual.
Excelentíssimo senhor ministro, não falo, egoistamente, apenas do lugar de uma mãe, pois meu filho mais novo que está participando do ENEM/2010, se não conseguir que computem seus acertos das questões invertidas no cartão, embora tenha seguido as orientações do aplicador da prova, mas não sabemos bem qual será o critério adotado, ele é apenas um treineiro este ano...mas, o que falarei para meus alunos que não queriam fazer o ENEM, pois alguns estavam mais focados na FUVEST e UNICAMP e outros descrentes pelos desencontros já ocorridos? Mas nós, mais uma vez, tentamos motivá-los a fazer o tão importante Exame Nacional do Ensino Médio! Será que terei que pedir desculpas por todas nossas ações e trabalho em motivá-los e prepará-los também para esse exame?
Apenas como sugestão, de alguém que vive, respira e acredita na educação como a melhor forma de transformação da sociedade, não permita que forças maiores eliminem essa iniciativa de um Exame Unificado como bons exemplos em outros países por erros grotescos. Busquem as instituições e especialistas mais experientes do nosso Brasil. Por favor, controlem, fiscalizem, acompanhem todo processo do ENEM!

Atenciosamente,

Marisa Ester Aldecôa Rosseto

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