segunda-feira, 30 de março de 2015

A lenda do colar – Prof Felipe Aquino



Por Elba Gomes
A vida nos oferece oportunidades várias de aprendizado para o nosso crescimento intelectual, material e espiritual. Para alcançarmos qualquer um desses patamares, valemo-nos de alguns componentes básicos como: o desejo, o pensamento e a ação. O desejo nada mais é do que a expectativa de alcançar ou ter algo. Parece-nos que o desejo é alimentado pelo pensamento que é a mais poderosa arma de poder. Isso impulsiona a busca para alcançar o nosso objetivo. No entanto, muitas vezes, essa busca é fragmentada; ou nos preocupamos com a intelectualização exarcerbada, ou saímos na busca frenética para adquirir a materialidade das coisas. Muita vez, passamos toda a vida quase sempre em busca de um ou de outro desses objetivos, por vezes, até de ambos, mas nos esquecemos daquele patamar essencial o crescimento espiritual. E, assim, vamos vivendo, como que atraídos pelo simples reflexo das coisas materiais. A lenda a seguir, apresentada pelo Prof. Felipe Aquino, ilustra bem a ilusão de ótica que quase sempre nos aprisiona a alma.
Li certa vez uma lenda, que não sei quem a escreveu, mas que me fez muito bem. Dizia que um rei tinha dado à sua filha, a princesa, um belo colar de diamantes. Mas o colar foi roubado e as pessoas do reino procuraram por toda a parte sem conseguir encontrá-lo. Alguém havia dito ao rei que seria impossível encontrá-lo porque um pássaro o teria levado fascinado por seu brilho. O rei, desesperado, então ofereceu uma grande recompensa para quem o encontrasse.
Um dia, um rapaz caminhava de volta para casa ao longo de um lago sujo e mal cheiroso. Enquanto andava, o rapaz viu algo brilhar no lago e quando olhou viu o colar de diamantes. Tentou pegá-lo, pôs sua mão no lago imundo e agarrou o colar, mas não conseguiu segurá-lo e  perdeu-o. No entanto, o colar continuava lá no mesmo lugar, imóvel. Então, dessa vez, ele entrou no lago, mesmo sujo, e afundou seu braço inteiro para pegar o colar; mas não conseguiu de novo; o colar escapava-lhe.
Saiu, sentou e pensou em ir embora, sentindo-se deprimido. Mas, de novo ele viu o colar brilhando. Decidiu agora mergulhar no lago, embora fosse sujo. Seu corpo ficou todo sujo mas, ainda assim, não conseguiu pegar o colar.
Ficou realmente aturdido e saiu, sentou-se às margens do lago, pensativo… que mistério!
Um velho que passava por ali o viu angustiado, e perguntou-lhe o que estava havendo. O rapaz não quis contar para o velho com medo de perder a recompensa do rei. Mas o velho pediu ao rapaz que lhe contasse qual o problema, e prometeu que não contaria nada para ninguém e não o atrapalharia em nada.
O rapaz, dando o colar por perdido, decidiu contar ao velho. Contou tudo sobre o colar e como ele tentou pegá-lo, mas fracassando. O velho então lhe disse que talvez ele devesse “olhar para cima”, em direção aos galhos da árvore, em vez de olhar para o lago imundo. O rapaz olhou para cima e, para sua surpresa, o colar estava pendurado no galho de uma árvore. Tinha o tempo todo, tentado capturar um simples reflexo do colar…
A felicidade material é como esse colar brilhante no lago deste mundo; pois é um mero reflexo da felicidade verdadeira do mundo espiritual. É melhor “olhar para cima”, em direção a Deus, que é a fonte da felicidade real, do que ficar perseguindo o reflexo desta felicidade no mundo material. A felicidade espiritual é a única coisa que pode nos satisfazer completamente.
In: 100 Mensagens para Alma. Prof. Felipe Aquino (org). Ed.Cléofas, 2014.
Imagem: divulgação

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