segunda-feira, 23 de março de 2015

Isabel está chegando



Por Elba Gomes
Chá de Fraldas, Chá de Cegonha, Chá de Berço, Chá de Bebê – os nomes são variados para uma festa de boas-vindas a uma criança que vai nascer. Esse evento tem origens diversas.
Para alguns, começou na Inglaterra, na época vitoriana e acontecia após o nascimento da criança. Na ocasião, a futura mamãe recebia a visita das amigas e dos parentes mais próximos: mães, avós, bisavós, tias… Aí vinham os conselhos, os presentes e o tradicional chá da tarde.
Na Índia, a família se reúne no sétimo mês de gravidez para uma grande festa. Durante a cerimônia, são feitas as orações para o bem-estar da mamãe e do bebê, e para que tenham um parto seguro e de boa saúde. As mamães são adornadas com colares feitos de jasmim.
Na República Dominicana, a festa tem que ter muita comida, muita dança e muita música, muito barulho, muita canseira até que a festa termine. Os amigos, vizinhos e familiares fazem uma surpresa. Tudo começa com divertidos jogos para aquecer a festa e um chapéu decorado com as fitas dos presentes ofertado. O futuro papai tem que usar o chapéu a noite toda. Ao final, todos recebem, além das lembranças, o excesso de comida.
Tradição no Brasil e nos Estados Unidos, inicialmente, o Chá era realizado somente para o primeiro filho da mulher; mas, atualmente, a cada novo bebê que chega à família o Chá é feito novamente.
Hoje é comum a futura mamãe preparar, junto com amigas, madrinhas e parentes mais próximos o seu próprio Chá, anunciado por meio de um convite sugestivo. Os presentes mais solicitados são fraldas – coisas da modernidade.
Helena e seu papai Marcus
Helena e seu papai Marcus
Por conta disso, eu – futura bisavó – fui ao Chá de Fraldas da Isabel – do casal Hyasmine/Marcus –   que já tem uma irmãzinha, Helena.
O Chá ocorreu no salão de festas do bloco da vovó Maria Eugênia, decorado com muito carinho e bom gosto. Flores, brinquedos, uma mesa com salgados bolos, tortas doces e salgadas e docinhos decorados. No outro lado do salão, num aparador, enorme compoteira de cristal, com enfeites dourados – uma preciosidade – (presente de casamento da vovó Eugênia) continha um ponche delicioso, preparado pela própria. E todas nós, sem exceção, loucas de vontade de levar aquela compoteira para casa.
Hyasmine, a futura mamãe da Isabel, era toda sorrisos. Quase que flutuava por entre as convidadas e seus olhos traduziam a certeza de quem é feliz porque está grávida e está grávida porque é feliz. Em verdade, ela preparou essa barriga com tanto carinho quanto preparou a primeira. Isabel não poderia ter escolhido melhor mãe para se aninhar durante esse período  que antecede sua chegada.  E essa minha neta, tão linda quanto feliz, parecia iluminar o ambiente, encantando a todas.
Hyasmine, a futura mamãe da Isabel, era toda sorrisos
Hyasmine, a futura mamãe da Isabel, era toda sorrisos.
Como chegamos cedo, pude apreciar o desfile das grávidas exibindo, orgulhosamente, as barrigas – umas ainda no início; outras, já adiantadinhas. Mas as grávidas têm as mesmas carinhas de expectativa e orgulho. Algumas, já em segunda gestação, traziam pelas mãos filhas pequenas. Não vi nenhum menino.
A festa é só para “mulheres”: mães, avós, bisavó, cunhada, tias, primas, amigas.  A alegria está estampada nos rostos de todas. Um burburinho saudável, um burburinho gostoso. Amigas distribuídas pelas mesas. Aqui, a vovó Eugênia ajudando a recepcionar os convidados; ali, numa mesa, Carla, uma das cunhadas, a bater papo; uma comadre, madrinha da Helena, ajudando a guardar as fraldas; outra madrinha da Helena mostrava a barriguinha já preparada; a vovó Luciene, fotógrafa oficial do evento, eternizando, com sua lente, todos os momentos; a tia Cris, que veio de Anápolis para prestigiar a Isabel, provando as tortas doces e salgadas feitas pela Tamine (prima), da Confeitaria El Hajj;  Marilda (tia) Liana, Jamile (também primas); Manuela, esposa de Cadu, (primo); todas muito felizes, tagarelando sem parar. Sem falar dos docinhos com um bebê deitado em cima de cada um – um mimo. A tia Dani, orgulhosa, assistindo à “devastação” da torta Cheese Cake que ela mesma fez, segundo a crítica, a melhor de todos os tempos. O pai, Marcus, (único elemento masculino permitido no evento), encarregava-se de distrair Helena, no terraço. Diga-se de passagem, ela curtiu de montão tudo o que aconteceu.
E a Isabel? O que será que ela achou da festinha em sua homenagem? Afinal, ela é a protagonista dessa história. Com certeza, deve ter se divertido muito com a Helena que, por sinal, não parou um instante sequer.

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